segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Mídia


Outro dia recebi um telefonema de um amigo perguntando se eu havia lido certa noticia em um determinado jornal. Disse-lhe que até aquele momento não tivera a oportunidade de fazê-lo, ao tempo em que pedia maiores esclarecimentos do que se tratava realmente.

Ele então relatou que era sobre uma absurda disparidade de vencimentos existente nos salários dos funcionários públicos de nível superior, onde alguns ministérios pagavam demais e a outros de menos, para funções correlatas, o que, segundo ele, feria o princípio da isonomia salarial, cantada em versos e prosas pelos representantes dos sucessivos governos que por aqui passaram nos últimos sessenta anos, mais ou menos.

Percebi que ele estava exaltado, nervoso e profundamente contrariado com essa discriminação com a classe a que pertencia e que, no seu entender, merecia ser contemplada com um aumento significativo que a igualasse com 'aquelas mais favorecidas.

Foi nesse exato momento que percebi, através da reação emocional do meu amigo, que ler jornal fazia mal. Sim, como o cigarro, a bebida, a cocaína, a maconha e qualquer outro tóxico que esteja sendo oferecido pelas esquinas da vida. E isso porque as noticias ali presentes, via de regra, só espelha desgraças e inquietações nos corações dos leitores, provocando nestes um sentimento de desesperança a profunda melancolia.

De uma forma, ou outra, pouca coisa de positivo pode-se extrair do noticiário, válido também para os jornais falados e televisionados, que disseminam a desconfiança e a indignação entre aqueles que possuem esse habito que a cada dia se torna mais desesperador e, de certa forma, estressante ao máximo.

Viver alheio ao que acontece no mundo não me parece, no entanto, a solução para esse problema, mas as pessoas bem que poderiam selecionar as melhores noticias, se é que elas ainda existem, para que os seus dias não comecem com uma imensa nuvem de incertezas pairando sobre suas cabeças.

Qualquer dia desse o Ministério da Saúde ainda vai fazer uma propaganda alertando :

" Ler ou ouvir noticias na mídia faz mal para a sua saúde."